Vida Preciosa
Preservando a Imagem de Deus
(Gn 9.1-17)
Leitura Bíblica: Gn 9.1-17
Introdução: Quanto vale uma vida? Para você? Para Deus? Vivemos em dias em que a vida é barata. Ideologias anti-bíblicas com reflexos desastrosos, como evolucionismo, ateismo, secularismo e materialismo reduziram a dignidade do ser humano criado à imagem de Deus ao nível animal. No fim, o homem é um animal ou, em alguns casos, menos que animal. O que vale mais: uma baleia naufragada, ou um Eskimó alcoolatra? Um macaco mico-leão, ou um aidético morrendo de uma vida promíscua? Uma coruja ameaçada ou um bêbedo?
Esse barateamento da vida humano vemos por todos os lados: Terrorismo (44 mortos depois do cartun dinamarquês por muçulmanos); aborto; homicídios, suicídio, eutanásia, trânsito, guerra, TV e Vídeo games) tem conseqüências enormes. Alguns têm lançado campanhas pela proteção de vida, pelo reconhecimento que vida humana é preciosa. “Vida é preciosa—respeite-a” vemos nas rodovias.
Filme: Cinto de Segurança (“Céu pode esperar . . . use o cinto de segurança”)
Título: Vida Preciosa: Preservando a Imagem de Deus
Acontece que, se o homem é só um animal um pouco mais evoluído, se sobrevivência dos fortes é o único alvo digno do ser humano, as implicações éticas são tremendas. Teríamos que concluir que Hitler tinha razão em promover sua raça superior, assim como aqueles que promovem genocida, seja na África no Sudão ou Nigéria contra os cristãos, no Iraque contra os Kurdos ou no Rio de Janeiro nas chacinas. Eliminar o excesso na população!
*O aborto de uma criança não desejada, fraca ou deformada é perfeitamente aceitável, melhor, eticamente necessário. Mesmo ainda sendo ilegal no Brasil na maioria dos casos, o aborto esmaga a imagem de Deus estampada na vida dos não nascidos (Gráfico)
*Homicídios aumentam mais e mais (Gráfico) Segundo o "Mapa da Violência III: Os Jovens do Brasil", a escalada da violência é ainda mais alarmante se vista sob o prisma das taxas de homicídio juvenil. Entre 1991 e 2000, ela atingiu a marca de 98,8 jovens assassinados para cada 100 mil brasileiros entre 15 e 24 anos. Quase um por mil, o que significa uma disparada de 77% nos dez anos que o mapa abrangeu. De acordo com o IBGE, entre 92 e 99, a média nacional de mortalidade por homicídios aumentou 37%. Subiu de 19,12 para 26,18 assassinatos para cada cem mil habitantes. Nesse período, não houve redução dos homicídios em um ano sequer.
*Suicídio e Eutanásia, ou seja, a eliminação de indivíduos inúteis na sociedade—primeiro os velhos,
depois os doentes, fracos, debilitados, deficientes faz sentido. Dizem que cerca de 2000 morrem a cada dia de suicídio. No Brazil, entre 1989 e 1998 os suicídio aumentaram 56,9%. No Brasil há quase 5 suícidios para cada 100.000 habitantes. Entre 1993 e 1998 o número de jovens que tentaram suicídio aumentou 40%. No mundo, 815 000 pessoas cometeram suicídio no ano 2000, o que perfaz 14,5 mortes por 100 000 habitantes (uma morte a cada 40 segundos). O índice de suicídio é mais alto nos países antes comunistas: Letônia (91), Rússia (82), Belarus (70), Látvia (68), Ucrânia (62); Cp. EUA 22, Brasil 8.
*Mortes nas rodovias, muitas vezes refletem uma desconsideração total pela vida humana, seja pelo álcool, seja pela imprudência. 6x mais brasileiros morrem em acidentes de trânsito no Brasil do que nos EUA. Seja pela condição das estradas, seja por barbaridades, existe um desrespeito pela vida (Gráfico). De forma sútil, na ética individual, se a vida for barata, vamos dirigir nossos carros como doidos, sem respeito pela preciosidade do outro, e nem por nossa própria segurança e da nossa família, reivindicando direitos e insistindo no nosso espaço, custe o que custar
*Guerra indiscriminada, violência desenfreada é o direito dos mais fortes. Em vez de ser a última opção para proteger vida, muitas vezes parece ser a primeira, e como Tiago adverte, muitas vezes para promover não vida, mas prosperidade.
*Cenas de assassinatos na TV até 18 anos: 100.000; Chacinas no RJ; Sem terras desapropriando fazendeiros e matando-os em sangue frio; Video games cada vez mais violentos.
Será que a Palavra de Deus fala sobre esses e outros assuntos? O que Deus diz respeito a preciosidade da vida humana? Chegamos na nossa série de estudos em Gênesis ao final das narrativas de Noé e sua família. Gênesis 9 é mais um capítulo na “Novela de Noé” que nos ensina lições fundamentais para o mundo em que vivemos, lições sobre a preciosidade desse dom que chamamos vida.
Contexto: Esse capítulo ocupa um lugar estratégico na sequência da história. Em Gn 7 e 8 testemunhamos a destruição de toda vida na face da terra, com a exceção de Noé e sua família. Deus acabou com tudo e todos, para limpar sua terra do mal que a cobria. Seria fácil para Noé e sua família concluir depois deste episódio sem precedente na história do mundo que a vida era barata diante de Deus. Afinal de contas, se Deus matou todo mundo “assim”, Ele não deve valorizar tanto a vida humana. Mas a resposta é outra. A destruição de toda a terra, e principalmente de homens feitos à imagem de Deus, só serve para ilustrar quão grande era o pecado do homem. Deus ama vida. Deus respeita vida. Deus preserva vida! Deus é vida!
Trans.: Hoje vamos descobrir o alto valor que Deus dá ao ser humano, não porque ele é grande coisa em si, mas pelo valor derivado que CADA SER HUMANO tem como imagem de Deus. Vamos descobrir 5 paredes de proteção que Deus coloca ao redor do ser humano para proteger a imagem de Deus nele. Esse é um dos textos mais fascinantes na Bíblia, polêmica e prático. No processo, vamos descobrir como a exposição bíblica é muito prática, pois responderemos perguntas simples e complexas como:
1) Qual o valor da vida humana?
2) Ser vegetariano é mais espiritual?
3) O cristão pode comer comida com sangue, como churiço ou picanha mal-passada?
4) Qual a posição bíblica quanto à pena de morte?
I. Deus Protege Sua Imagem pela PROPAGAÇÃO dEla na Terra (1,7)
Deus havia criado um reflexo da Sua glória, mas que virou um monstro. Por isso, Deus destruiu a terra e começou novamente com a família de Noé. Logo após terem saído da arca, Deus reiterou o mesmo mandamento que encontramos em Gn 1.28 e 5.1-3. Mesmo que Deus, como ato final de julgamento do homem, destruiu vida humana, não é uma prerrogativa do homem fazer o mesmo. De fato, nossa tarefa é de encher a terra com tantas imagens da glória de Deus quanto possível. Tão importante é essa ordem, que forma um “sanduiche” no texto, (1,7). Noé é o segundo Adão, o progenitor de uma nova raça.
Cabe a nós hoje uma missão de resgate, de países e povos inteiros que não mais conhecem a Deus. Incrível como pareça, a raça inteira se encontra em rebeldia contra o Criador, e nós que O conhecemos somos chamados para uma missão de resgate. A missão começa em casa, com pais cristãos que têm tantos filhos que julgam capazes de criar no temor do Senhor. Mas Ele também nos chamou para multiplicar Sua imagem pela obra missionária, pelo evangelismo e discipulado e pelo envio de missionários para todos os cantos mais remotos do globo, para que outra vez a terra ficasse cheia da glória do Senhor (Mt 28.18-20)! Somos uma nação de sacerdotes. Somos abençoados para sermos uma bênção (Sl 67). Missões significa declarar a autoridade de Jesus sobre toda a terra, e chamar os povos de volta para ele, para que a imagem dEle novamente seja espalhada ao redor do globo.
II. Deus Protege Sua Imagem pela PROVISÃO de Pavor e Alimento (2,3)
Quando Noé e sua família saíram da arca, encontraram um novo mundo e uma nova ordem. Nada foi igual ao que eles conheciam antes do dilúvio. O clima mudou. O pavalhão de águas no firmamento acima havia desabado. Agora os raios solares que antes foram refletidos, penetram a atmosfera. Alguns até acham que o efeito devastador do Dilúvio fez a terra inclinar no seu eixo, com efeitos significativos nos campos magnéticos e, por consequência, no clima ao redor do globo.
Antes do dilúvio, Deus havia dado para o homem toda a vegetação para comer no Jardim do Éden (Gn 1.29). O homem foi vegetariano, em parte pelo fato de que não havia ainda morte como consequência do pecado do homem. Somente depois do pecado, Gn 3.21, é que a morte animal entrou, em forma de sacrifício com derramemento de sangue (Hb 9.22—sem derramamento de sangue não há remissão).
Depois do dilúvio, teria demorado um tempão para as árvores frutíferas outra vez darem seus frutos. O novo clima, que logo iniciaria a Época do Gelo, faria com que vegetação ficaria muito rara ou não-existente em regiões áridas ou frias
Mas é justamente nesta hora que Deus faz mais uma provisão para a proteção da Sua imagem no ser humano. Ele expande Suas instruções sobre a dieta do ser humano. Ele inventa a churrascaria!
A. Pavor e Medo: PROTEÇÃO. Vs. 2 revela que, como consequência da Queda e do Dilúvio, e talvez como símbolo do domínio dos homens sobre os animais (Gn 1.28b), esses a partir de agora terão grande medo (“pavor e medo”) do homem. Os animais que tão naturalmente vieram até Noé na arca naquele desfile zoológico, agora terão uma aversão natural ao homem. Deus faz distinção entre homens e animais! O homem não é um animal super-desenvolvido, super evoluido! O homem é rei. O animal existe para servir ao homem.
Ao mesmo tempo, essa provisão de Deus protege a vida do homem, pois cria uma distância natural entre nós. A maioria dos animais selváticos, inclusive as cobras e outros bichos perigossíssimos, correm da gente, graças a esse instinto que Deus depositou neles. Seja uma cascavel, aranha, jacaré, onça ou rato . . .
B. Carne: PROVISÃO. Mas num mundo devastado pelo dilúvio, a provisão de carne como alimento serviria para sustentar vida até nas regiões mais remotas, frias, áridas e desprovidas de vegetação. Com essa provisão, o ser humano no novo mundo poderá realmente encher a terra toda, de polo a polo! Há também a possibilidade de que a provisão de carne, com seu alto nível de proteina, também protegeria o homem e o fortaleceria no novo mundo que ele encontrou.
Aplic.: Alguns hoje desprezam comer carne, culpando-a pela redução de longevidade do ser humano. Mas não vejo respaldo bíblico para uma vida vegetariana nas Escrituras, muito pelo contrário. E mesmo com as restrições de dieta na Lei de Moisés, que denominava alguns animais como “imundos”, não próprios para consumação humana, em Atos 10 descobrimos que a vinda de Jesus e do Espírito Santo criou uma nova ordem, em que todas as possíveis comidas são lícitas para nós, desde que não sejam prejudiciais para nossa saúde ou consumidas em excesso. (Propagação, Provisão)
III. Deus Protege Sua Imagem pela Probição de Comer Sangue (Manipular Vida) (9.4,5)
Essa proibição parece muito estranha aqui. Afinal de contas, quem queria comer sangue ou beber sangue?
Acontece que, em muitas culturas do mundo, comer ou beber sangue foi associado com um rito de fertilidade ou potência. Não só os roqueiros de hoje, que bebem sangue como parte do seu “show”, mas tribos e povos ao redor do mundo têm rituais associados com a crença de que a força vital do animal, o sangue, pode ser ingerida e assim absorvida por gente, em alguns casos, diretamente do animal vivo.
Essa é uma prática pagã, que envolve a tentativa de manipular a vida, prolongar a vida artificialmente, em breve, ser que nem Deus com sua própria vida. Mas o poder delegado por Deus ao homem sobre o mundo não é total—note a repetiçao do verbo “requererei”—que mostra o senhorio absoluto de Deus sobre tudo. Havia necessidade da lei de Deus para manter estabilidade e ordem no novo mundo.
Sangue é proibido pelo fato de que Deus o designou como o instrumento de propiciação. O sangue é a força vital que define vida. É possível sobreviver muitas semanas sem comida. Alguns conseguem viver alguns dias sem água. Você pode ainda ressuscitar depois de alguns minutos sem ar. Mas corta o fluxo de sangue no seu corpo, e você morre numa questão de segundos. Se sangue oxigenado não chega ao seu cérebro, você morre.
Nas Escrituras, o sangue representa a vida.
Lv 17.11,14 – Porque a vida da carne está no sangue. Eu o tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida. .. Portanto a vida de toda carne é o seu sangue; po isso tenho dito aos filhos de Israel: Não comereeis o sangue de nenhuma carne, porque a vida de toda carne é o seu sangue; qualquer que o comer será eliminado.
Dt 12.2,3 Somente empenha-te em não comeres o sangue, pois o sangue é a vida, pelo que não comerás a vida com a carne.
O sangue foi reservado para sacrifício pelo pecado. O derramamento do sangue faz propiciação (satisfação) do pecado, cobrindo-o dos olhos de um Deus santo. Hb 9.22 sem derramemento de sangue não há remissão de pecado! Mas o oposto não é verdade: o beber do sangue não acrescenta vida, como os pagãos acreditavam.
[É por isso que Jesus derramou seu sangue. Ele derramou Sua VIDA por nós! O sangue foi drenado do seu corpo até ao ponto em que Ele entregou Seu Espírito, e morreu. O sangue faz parte vital do Evangelho, pois representa a MORTE de Jesus em nosso lugar. Ele derramou Seu sangue, para que nós não tivéssemos que derramar nosso. Mas Ele ressuscitou dos mortos, que nos dá vida. É a ressurreição de Jesus que nos dá vida em abundância, não o ingerir de sangue! Da mesma forma, a Ceia do Senhor não é uma maneira de receber uma força vital especial (como algumas religiões crêem—que o pão e o vinho são transformados na carne e no sangue de Jesus), como se fossemos engolir o sangue de Jesus. É um símbolo de que Ele fez uma Nova Aliança com sua morte, o derramamento do seu sangue!]
Mas, será que essa probição ainda se aplica hoje? Esse é um grande debate. Pode ou não o cristão comer churriço? Podemos comer uma picanha muito mal-passado? Mesmo que Jesus declarou todos os animais limpos em Atos 10.15, ainda temos uma restrição contra o comer de carne estrangulada, ou seja, com seu sangue vital ainda dentro, em Atos 15.20,21 (Lv 3.17; Dt 12.16). Entendemos conforme vs. 21 que foi uma proibição para os gentios cristãos para não escandalizar os judeus cristãos que associavam esses atos com paganismo. Mas as outras ordens do texto--idolatria, imoralidade—continuam até hoje. Sem ser revogada em outro texto posterior, creio que é melhor seguir o princípio desse texto, e não comer sangue. Entendemos que toda carne que comemos ainda contém um pouco de sangue, seja bem ou mal-passada. Mas comer churriço e outras comidas feitas de sangue parece ser vetado pelo texto, se só em respeito ao símbolo da preciosidade da vida. (Propagação, Provisão, Proibição)
IV. Deus Protege Sua Imagem pela PENA DE MORTE (9.6)
Com certeza a parte mais controvertida deste texto encontra-se no versículo 6, texto que inaugura o ínfame castigo capital, ou seja, a pena de morte. É um texto particularmente difícil para mim, pois nossas lentes coloridas tendem a influenciar nossa interpretação. Por exemplo, nos EUA a pena de morte ainda existe. Recentemente passou-se o número de 1000 pessoas executadas nos EUA desde que essa lei foi reinstituída em 1976. Mesmo assim, há mais de 3000 condenados esperando sua morte
As estatísticas mostram que o Brasil é entre os piores países do mundo em termos de indício de homicídios. (Gráfico). O Brasil já é líder disparado no ranking mundial de mortes violentas entre jovens. Estamos pior que Colômbia, Israel e Irlanda do Norte, só para citar alguns dos países que vivem em pé de guerra. Em 1999, 116.778 jovens morreram por causas não naturais (homicídios, acidentes de trânsito, etc.). Desse total, 51,4% foram assassinados.
É importante notar algo importante no texto. Nos vss. 4 e 5, Deus proibiu ingerir sangue, uma maneira pela qual os pagãos tentariam prolongar a vida, manipular a vida, prerrogativa que pertencia somente a Deus. Mas aqui encontramos o outro lado da moeda: homicídio, que tomava nas mãos do assassino o direito que pertence somente a Deus de abreviar a vida. Prolongar a vida ingerindo sangue, abreviar a vida derramando sangue, são igualmente vetados por Deus, pois somente Ele é Deus. Mas num paradoxo, Deus receita a pena de morte como sendo a melhor maneira de dar um curto-circuito na desvalorização da vida.
Note que mesmo animais que matavam homens teriam que ser mortos, sublinhando o valor inestimável da imagem de Deus em pessoas (vs. 5).
O Imperativo: vs. 6; cp. Lv 24.17, Ex 21.23-25; Nm 35.16-32; Rm 13.3-4, 1 Pe 2.13,14; At 25.11, Mt 26.52;
O Contexto: É importante notar bem o contexto da ordem. Antes do dilúvio, temos alguns assassinatos registrados: Caim matou Abel; Lameque assassinou um jovem; maldade havia se multiplicado (6.5), a terra estava corrompida e cheia de violência (6.11-13). Deus então matou todos menos Noé. Agora, ele resolve nunca mais inundar a terra. Mas como conter sua violência? Ele coloca nas mãos do homem o direito e a responsabilidade de proteger vida. Muitos acreditam que esse texto nos dá a base de governo humano, que o NT ensina usa a espada para punir os malfeitores (Rm 13.3-4, 1 Pe 2.13,14). Para evitar um julgamento mundial da corrupção e violência do homem, como no dilúvio, Deus encarrega o próprio homem com “Lex Talionis”, ou seja, castigo compatível com o crime.
O Propósito: Proteger a imagem de DEUS no homem (a glória de Deus, a dignidade do homem, o valor do ser humano como criado por Deus, representante de Deus). O assassino mostra desprezo por Deus e pelo seu irmão. “The person who destroyed another being made in God’s image in fact did violence to God himself—so sacred and so permanent was the worth and value that God had invested in the slain victim.” (Kaiser)
Ilust.: Se você me mostrar uma foto do seu filho ou da sua mãe, e eu cuspir na foto, eu não só menosprezei a foto, eu menosprezei seu filho ou sua mãe. Quando nós tratamos outros seres humanos, ou até nós mesmos, com desprezo, estamos menosprezando o Criado, em cuja imagem fomos feitos.
Uma sociedade que recusa tirar a vida daqueles que deliberadamente e violentamente tiraram a vida de outros, está debaixo do juízo divino, e o valor, dignitidade e respeito por pessoas naquela sociedade . . . diminuirá significativamente. Mesmos diante da injustiça, desigualdade, parcialidade e corrupção de tribunais humanos, reconhecemos que Deus há de julgar aquela nação pela sua atitude de desrespeito pela imagem dEle no ser humano. (Kaiser)
Protegia vida das seguintes maneiras:
1) Desestimulava o assassinato e outros crimes, pela realidade de retribuição igual. O que eu mais desejo acontecer com meu inimigo vai acontecer comigo.
2) Desencorajava vingança perpétua (ilust.: tribos indígenas!) em que cada um presume vingar-se pelo crime praticado por outro, ad infinitum
3) Estabelecia, logicamente, governo humano composto de representantes da sociedade e não somente o indíviduo com visão limitada (Rm 13.4-carrega a espada para castigo)
4) Evitava um massacre generalizado divino contra a violência desenfreada do homem (cp. O Dilúvio!) pelo governo humano
5) Expiava a terra da culpa pelo derramamento de sangue inocente (Dt 19.11-13, 21.7-9, Nm 35.33,34); se o povo tolerar a violência, toda a comunidade compartilha a culpa e sofrerá as consequências; a terra que não castiga malfeitores receberá em si as consequências
O Meio: Lex Talionis. Tirar a vida daquele que assumiu o lugar de Deus, o único que tem direito de tirar vida.
Cautela: Antes de tirar mais uma vida, tem que haver certeza de que o ato realmente há de proteger a imagem de Deus e a vida de outros. -certeza de culpa -testemunhas -propósito
(Veja cidades de refúgio (Js 20.1-9; Nm 35.9-34)
Debate: Argumentos contra na dispensação da graça
1) Não foi praticado com Caim ou Lameque ou Davi (mas: Caim teria que ser morto pelo próprio pai; além disso, Deus falou que quem matava Caim seria vingado 7x = pena de morte!) (Davi não foi assassinato direto, não havia testemunhas)
2) Não foi praticado por Jesus (mulher adúltera) (Jo 8.3-11)
3) O Sermão do Monte parece argumentar contra (Mt 5.21,22,28,29)
4) A doutrina da graça parece argumentar contra
5) Não funciona (mas quem sabe? Poucos praticam; funciona para proteger o mundo DAQUELE assassino!)
(Propagação, Provisão, Proibição, Pena de Morte)
V. Deus Protege Sua Imagem pela Promessa do Arco-Íris (9.8-17)
A última provisão de Deus foi a associação do arco-iris com a promessa ou aliança feita com Noé e toda a terra de que nunca mais Deus iria destruir toda a terra por um dilúvido, até o final de tudo. Assim Deus reitirou o valor que Ele dava à raca humana. Apesar da maldade do coração do homem, este continuava sendo imagem de Deus.
Essa promessa tornou-se necessária depois da terrível devastação provocada pelo dilúvio. Imagine a primeira vez depois que Noé saiu da arca e as nuvens começaram a a escurecer o horizonte. Animal e homem, ambos, teriam entrado em pânico, imaginando o pior. Mas Deus deu um sinal, o arco-iris, que talvez já existia, mas que agora será associada a uma aliança de paz entre Deus e a terra.
Encontramos aqui o que é conhecida como a aliança com Noé. O sinal da aliança é o arco-iris, que é visível para todos. Outras alianças nas Escrituras possuiam sinais, como, por exemplo, circuncisão dos homens na aliança com Abraão, porque os homens como líderes do lar representavam a família toda. No NT, a Ceia do Senhor e o batismo representam a Nova Aliança, e todos participarm porque é uma aliança que todos têm que participar individualmente. Com Noé temos uma aliança incondicional, que só dependia da fidelidade de Deus e nào do homem. Nada na Bíblia revogou essa aliança, então continua até hoje, com o arco-iris ainda sendo uma lembrança da graça de Deus. Ainda hoje um arco-iris inspira admiração e maravilha. A aliança de Deus transforma julgamento em graça (Ross 207). O arco-iris é uma lembrança repetida de que vida é preciosa para Deus!! Esse é um produto da graça comum de Deus.
Não é por acaso que é chamado de “arco”-iris. O português reflete bem a palavra original no hebraíco, que também representa o ARCO usado com flechas (também em inglês). A presença do ARCO nas nuvens representava o fato de que Deus havia pendurado seu arco, e não iria guerrear contra toda a terra outra vez. O “iris”, as muitas cores causadas pelo reflexo e disseminaçào da luz pelas gotas de água na atmosfera, ou seja, um prisma natural, seria um reflexo do que Pedro chama a “multiforme” (multi-colorida) graça de Deus (1 Pe 4.10).
Conclusão: Quanto vale uma vida? Quanto vale para Deus? Gn 9 mostra o valor infinito de cada ser humano, pelo fato de que cada indivíduo é um reflexo da glória de Deus. Deus ama vida! Deus é vida! Jesus falou, “eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11.25). Em João lemos que Jesus veio para que tivéssemos vida EM ABUNDÂNCIA(Jo 10.10) A vida estava nele, e a vida era a luz dos homens (Jo 1.4). Paul destacou “nEle vivemos, e nos mvemos e existimos” (At 17.28). 2 Pedro usa a história do dilúvio como exemplo da certeza do juízo divino no final dos tempos, mas também ressalta que o fim não virou ainda porque “Deus é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pe 3.9).
Acima de tudo, Deus fez Seu próprio Filho passar pela pena de morte, justamente para que nós tivéssemos vida: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu Seu filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. (Jo 3.16,17)
A vida do homem é preciosa, porque ele foi feito à imagem de Deus. A dignidade do homem é uma dignidade emprestada. O homem tem valor porque Deus tem valor. Quando menosprezamos o homem, menosprezamos aquele em cuja imagem o homem foi feito.
Há inúmeras implicações desse ensino:
*Não fazer nada que prejudica a vida dada por Deus
1) O mal-tratamento do meu corpo, que é habitação do Espírito Santo, despreza a imagem de Deus (claro que o excesso, vaidade, também é pecado)
a. Vícios b. Hábitos de alimentação c. Exercício, sono, etc.
2) Hábitos pessoais que colocam em risco minha vida e a vida de outros
a. Trânsito!!! (Testemunho . . . uma forma de menosprezar a dignidade da imagem de Deus—ira, egoísmo, pressa, tudo anti-cristão) Riscos bobos e desnecessários
*Fazer tudo possível para promover a vida
1) Proteção de vida humana, custe o que custar:
a. Aborto (leis diante da Câmara)
b. Eutanásia
c. Guerra como último recurso
d. Vigiar Entretenimento que barateia vida, promove homicídio, guerra, etc. precisa ser filtrado e avaliado por princípios bíblicos (Fp 4.8, Sl 101)
2) Proteger e respeitar Pessoas indefesas ou diferentes (pobres, órfãos, doentes, indigentes)
(Tg 3.9,10) (racismo; Aids, favoritismo)
*Pregar a Vida Verdadeira em Cristo Jesus (Jo 10.10). A melhor maneira de demonstrar amor e respeito pelo ser humano é pelo evangelismo, levando pessoas a conhecerem a Cristo Jesus e obter vida eterna!
Idéia: A vida humana é preciosa e deve ser protegida, pois reflete a imagem de Deus.