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sexta-feira, 9 de julho de 2010

A CONDUTA CRISTÃ - PARTE II




AMOR E ÓDIO



O Senhor repetidas vezes ordenou aos Seus discípulos que amassem uns aos outros, ou melhor, que continuassem sempre amando uns aos outros, assim como Ele os amou (João 13:34). Todo o crente também é um discípulo Seu e devemos nos amar uns aos outros como Ele nos amou! Não é um amor que vem naturalmente, pois se fosse não haveria necessidade de um mandamento: precisa de esforço, perseverança e vontade de obedecer ao nosso Mestre, e somente pode ser conseguido com o poder do Espírito de Deus.

A obediência ao mandado de Cristo é um requisito prévio ao discipulado e ao serviço: Ele era o Rabino (João 1:38; 13:13) e Senhor (João 13:13) dos Seus discípulos. A vida cristã envolve seguir as instruções de Cristo, a fim de produzir fruto. Ele entregou-Se à morte por nós, provando que é o maior amigo que poderíamos ter. Ele não requer que também nós nos entreguemos todos à morte a fim de provar a nossa amizade por Ele, mas a prova é a obediência que Lhe damos como nosso Senhor, mediante o cumprir dos Seus mandamentos. Abraão foi também chamado um amigo de Deus por causa da sua fé e obediência (Tiago 2:21-23). Há uma intimidade progressiva: servos (João 13:13), amigos (João 15:15) e irmãos (João 20:17).

Somos Seus servos, porque recebemos a Ele como nosso Senhor e Mestre, e Lhe devemos obediência incondicional. Por causa da nossa obediência, Ele nos chama de amigos e, como o Senhor foi buscar Abraão para revelar a ele o Seu plano, porque Abraão era Seu amigo, o Senhor Jesus revelou a nós as coisas de Deus, pois é isso que faz um amigo. Ele nos chama de irmãos porque, num sentido humano, Seu Pai é o nosso Pai (por adoção) e somos co-herdeiros do Seu reino.

Quando, certa noite, os seus discípulos haviam se mostrado ciumentos e briguentos (Lucas 22:24; João 13:5,15), Ele repetiu o mandamento que amassem uns aos outros pela terceira vez. Esse deve ser o relacionamento entre crentes.

Quanto ao relacionamento com o mundo, um crente em Jesus Cristo será odiado (ou não será amado) pelo mundo, assim como foram os discípulos. A popularidade de um crente, ou sua falta, pode ser uma indicação da maneira em que ele está representando Cristo no mundo. Nenhum crente tem o direito de ser mais popular do que foi o Senhor Jesus, por isso devemos simplesmente transmitir a mensagem do Evangelho e vigiar para não tomar uma posição comprometedora para sermos mais benquistos.

O mundo não vai apreciar um seguidor do Senhor Jesus, e isto não quer dizer agir de forma excêntrica ou super piedosa: a própria existência dos crentes é uma censura ao mundo pecaminoso (João 7:7; 17:14; 1João 3:13). Mesmo em igrejas locais existe gente que realmente não nasceu de novo, e não vai apreciar o pregador se ele é fiel à Palavra de Deus. Tomemos cuidado com os que são bem vistos pelo mundo. O mundo não conhece o Pai, nem quer que seus pecados sejam expostos. O Senhor Jesus revela o mal, como uma luz acendida onde havia escuridão, e o mundo detesta aquele que acende a luz.

O mundo não se opõe tanto à idéia da existência de Deus, um Ser pouco conhecido lá fora. Ele odeia a Cristo, e quando alguém O odeia, odeia também a Deus, o Pai. Se apenas dizemos que cremos em Deus, isso não influirá muito na nossa popularidade, mas a prova real virá com o nosso relacionamento e atitude para com Jesus Cristo e o nosso testemunho a respeito dEle. Ou seja, não podemos ser benquistos e ao mesmo tempo crer no Senhor Jesus Cristo, porque Ele é odiado pelo mundo.

O mundo e o clero (Sinédrio) tinham se unido numa atitude de hostilidade contra Cristo e, na realidade, contra Deus, portanto pecavam porque o Senhor Jesus não só havia vindo e falado com eles, mas também fizera entre eles as obras que ninguém mais podia fazer, provando que Ele era o Messias. O Senhor Jesus identificou essa hostilidade com o cumprimento dos Salmos 35:19 e 69:4 quando disse que eles O odiavam sem causa. Eles O odiavam porque tinham criado em suas mentes um deus falso que não era o Deus das Escrituras. Alguém disse “Deus criou o homem à Sua imagem e agora o homem está criando um deus à sua imagem”. Esse é o tipo de deus que o mundo quer hoje e o tipo de deus que ele acha que está controlando o universo.

O Senhor Jesus se referiu outra vez ao Espírito Santo, que procede dEle e do Pai, como o Auxiliador. Ele é o Espírito da Verdade, e a Sua missão é testemunhar de Cristo como também é a nossa. O Senhor disse aos discípulos que eles deveriam ser testemunhas dEle porque tinham estado com Ele desde o início: esse foi o motivo porque foram chamados por Ele para serem Seus apóstolos, no início do Seu ministério (Lucas 6:13). O Evangelho de João é o testemunho dado por esse apóstolo, e ele só poderia ser dado por alguém, como ele, que tivesse estado com o Senhor Jesus desde o início. O Espírito Santo ainda dá testemunho sobre Cristo, e Ele nos torna o Senhor Jesus real para nós. Uma maneira segura de saber se o Espírito de Deus está trabalhando é verificar se Cristo está sendo glorificado.

O Senhor não queria que os apóstolos se perturbassem com o que ia acontecer com eles. Os fundadores de organizações, especialmente de religiões, procuram apresentar um futuro brilhante para os seus empreendimentos. O método do mundo é exagerar os benefícios e abafar as privações, desvantagens e sacrifícios que virão. Com o nosso Senhor é diferente! Um pouco antes (João 14) Ele havia dito aos Seus discípulos que Ele ia preparar um lugar para eles e que os receberia para Si mesmo, mas agora Ele esclareceu bem que eles seriam condenados ao ostracismo pela sua sociedade - expulsão das sinagogas os tornariam marginais na Judéia. A injustiça de que seriam vítimas seria tal que o povo pensaria que matá-los seria prestar um serviço a Deus! Isso iria acontecer porque os líderes religiosos e os que os acompanhavam não tinham conhecido o Pai nem identificado o Senhor Jesus como sendo o Messias.

Da mesma maneira, se formos segui-Lo devemos negar-nos a nós mesmos, tomar a nossa cruz (não a dEle) de inimizade e perseguição. Se sofrermos com Ele agora, reinaremos com Ele quando Ele estabelecer o Seu reino. Ele disse que os Seus seguidores estariam no mundo, mas não eram do mundo, e que o mundo os odiaria. Ele nunca disse que eles passariam bem, ou que converteriam o mundo.

Muitos procuram popularizar a “religião” cristã, usando toda a espécie de expedientes. Eles dizem: “temos que fazer isto para ganhar o mundo”. Quem lhes disse que iam ganhar o mundo? Se nos mantivermos firmes na Palavra de Deus, vamos descobrir que mundo não nos ama, e vamos passar pelo ódio que Cristo passou. O mundo detesta a Palavra de Deus porque, como nos tempos dos apóstolos, ele não conhece a Deus e rejeita ao Senhor Jesus como Seu Filho.

O Senhor Jesus estava deixando os Seus discípulos saber o que estava para vir e os estava treinando para que estivessem preparados. O Senhor sempre nos treina e prepara para o que está para vir. Se quisermos servir bem, estejamos avisados das aflições que estão por vir e preparados para enfrentá-las.






Aos Retos de Coração









A palavra "coração" aqui é usada em seu sentido figurado, referindo-se à parte mais íntima de uma pessoa, o berço dos sentimentos, das emoções, do afeto, do ânimo, da coragem, etc. Os retos de coração são aqueles cujo feitio moral, caráter, índole e temperamento, em seu âmago, são conformes à justiça e eqüidade.

A retidão de coração não vem naturalmente, pois, como o profeta Jeremias exclamou: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jer.17:9). Requer instrução, disciplina, força de vontade, e uma transformação completa mediante a substituição do egocentrismo natural pelo amor a Deus, acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. É essencial o senhorio de Cristo e a presença do Espírito Santo em sua vida.

A retidão de coração segue um padrão perfeito estabelecido por Deus para os Seus filhos, primeiro ao povo de Israel conforme a lei dada através de Moisés e seus estatutos, depois aos redimidos pela fé em Cristo conforme ensinado por Ele e os Seus apóstolos.

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As Promessas de Deus
Aos Retos de Coração

A palavra "coração" aqui é usada em seu sentido figurado, referindo-se à parte mais íntima de uma pessoa, o berço dos sentimentos, das emoções, do afeto, do ânimo, da coragem, etc. Os retos de coração são aqueles cujo feitio moral, caráter, índole e temperamento, em seu âmago, são conformes à justiça e eqüidade.

A retidão de coração não vem naturalmente, pois, como o profeta Jeremias exclamou: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jer.17:9). Requer instrução, disciplina, força de vontade, e uma transformação completa mediante a substituição do egocentrismo natural pelo amor a Deus, acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. É essencial o senhorio de Cristo e a presença do Espírito Santo em sua vida.

A retidão de coração segue um padrão perfeito estabelecido por Deus para os Seus filhos, primeiro ao povo de Israel conforme a lei dada através de Moisés e seus estatutos, depois aos redimidos pela fé em Cristo conforme ensinado por Ele e os Seus apóstolos.

A Sua Palavra nos diz: "Bem-aventurados os retos em seus caminhos, que andam na lei do SENHOR" (Salmo 119:1), "porque o SENHOR é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os retos" (Salmo 11:7), "os olhos do SENHOR estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor" (Salmo 34:15).

A retidão de coração é malquista pelos incrédulos, "pois eis que os ímpios armam o arco, põem as flechas na corda, para com elas atirarem, às escuras, aos retos de coração." (Salmo 11:2), mas Davi, que teve muita experiência nesta área, declarou que "o meu escudo é de Deus, que salva os retos de coração".

Deus acompanha de perto a vida dos retos de coração, dá-lhes segurança, "O SENHOR conhece os dias dos retos, e a sua herança permanecerá para sempre"(Salmo 37:18) e lhes "reserva a verdadeira sabedoria, sendo escudo para os que caminham na sinceridade" (Provérbios 2:7).

Os retos de coração irão para a presença de Deus, "assim os justos louvarão o teu nome; os retos habitarão na tua presença" (Salmo 140:13), e habitarão a terra, "os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela" (Provérbios 2:21).

Os retos de coração têm, portanto, motivo para se regozijar no SENHOR e a eles cabe o louvor:

*O justo se alegrará no SENHOR, e confiará nele, e todos os retos de coração se gloriarão (Salmo 64:10).


*Alegrai-vos no SENHOR, e regozijai-vos, vós os justos; e cantai alegremente, todos vós que sois retos de coração (Salmo 32:11).


*Regozijai-vos no SENHOR, vós justos, pois aos retos convém o louvor (Salmo 33:1).


*A luz semeia-se para o justo, e a alegria para os retos de coração (Salmo 97:11).


Aos mansos







Os mansos são aqueles que têm gênio afável, sossegado, bom, dócil e pacato. É o oposto de malcriado, bravo, violento, malvado.

A mansidão é uma virtude adquirida, muitas vezes à custa de duras experiências. Talvez o mais conhecido entre os homens foi Moisés, de quem a Bíblia diz que "era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra" (Números 12:3). Criado no palácio do faraó do Egito, um dia fez justiça com as próprias mãos matando um egípcio que maltratava um israelita, e teve que fugir para salvar a pele. Durante quarenta anos esteve longe do seu povo, no deserto, onde casou e cuidou dos rebanhos do seu sogro. Foi então que Deus o chamou para ser o Seu instrumento na libertação e direção do povo de Israel. Agora era um homem manso e apto para essa dura tarefa, que demandaria toda a sua paciência.

A mansidão também é fruto do Espírito, adquirida mediante o novo nascimento do crente, a crucificação da carne e o andar no Espírito, em obediência à Palavra de Deus (Gálatas 5:22-25). Como as demais virtudes provenientes do Espírito Santo, esta precisa ser exercitada a fim de ser aperfeiçoada. É por isto que temos vários conselhos e exortações nas cartas apostólicas para sermos mansos em nosso trato com outros, por exemplo:

1.Com qualquer que queira explicação da nossa fé "estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós." (1 Pedro 3:15).

2.Com os que nos ensinam a Palavra de Deus: "rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma" (Tiago 1:21).

3.As mulheres com seus maridos: "… O enfeite delas não seja o exterior… Mas no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus." (1 Pedro 3:3).

4.Com os irmãos apanhados em pecado: "Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado." (Gálatas 6:1)

5.Com todos: "ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor" (2 Timóteo 2:24). "… mostrando toda mansidão para com todos os homens." (Tito 3:2). "Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor." (Efésios 4:1-2). "… e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também" (Colossenses 3:12-13).

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