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sexta-feira, 9 de julho de 2010

A CONDUTA CRISTÃ - PARTE IV


Infelizmente muitos pais estão deixando a evangelização dos seus próprios filhos para a escola dominical, organizações e outros. Se amam seus filhos, eles devem cuidar especialmente de encaminhá-los a Cristo eles próprios, não outros, dedicando-lhes o seu tempo e atenção. Não se deve esperar até que se tornem adultos - eles devem ser levados a Cristo o mais cedo possível. O Senhor disse que os adultos é que devem se fazer como crianças para entrar no Reino de Deus, logo para as crianças isso já deve ser coisa natural. É gente como elas que Ele recebe!


Finalmente, temos o primeiro mandamento com promessa: "Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra." (Efésios 6:1,2). Aplica-se aos filhos de qualquer idade, mas convém que seja obedecido desde a infância.

É conduta não somente correta, mas justa porque está de acordo com a vontade de Deus. O filho deve aprender a ser obediente, assim como o Senhor Jesus fez (Hebreus 5:8). A desobediência aos pais é uma das péssimas características dos últimos dias em que nos encontramos (2 Timóteo 3:1-2).

O filho que honra seu pai e a sua mãe, sendo obediente e dando-lhes motivo de satisfação, tem a promessa de Deus de bênçãos e longa vida sobre a terra. Temos exemplos no Velho Testamento de dois filhos que não honraram seus pais, e suas vidas foram curtas: Sansão e Absalão. As promessas de Deus são permanentes e todas, inclusive esta, serão cumpridas fielmente.



DEUS CONHECIDO






Nós todos desejamos o perdão dos pecados, e com razão; porém isso é só o primeiro, e o mais baixo degrau da experiência cristã. O auge desta experiência é quando a pessoa pode dizer: "Pois bem, agora além do perdão eu quero conhecer a Deus, Deus mesmo na minha vida como uma realidade íntima". Muitas vezes desejamos o poder espiritual, a habilidade em serviço, e vários outros dons. Até um certo ponto temos razão em desejar tais bênçãos; porém, se avaliamos estas coisas antes do conhecimento de Deus, proclamamos que somos cristãos imaturos.

Ás vezes como filhos de Deus, pedimos-Lhe muitas bênçãos, sem todavia estarmos interessados nEle mesmo, mas só no Seu poder para dar-nos coisas boas. Desejamos as bênçãos, porém não temos gozo na própria Pessoa que no-las dá.

Eis um assunto profundo, infelizmente é possível passar a vida orando dia após dia, sem jamais reconhecer que o ponto supremo da experiência cristã é chegar face a face com Deus, para adorá-Lo no Espírito. Reconhecemos, ou não, que estamos tratando diretamente com o Deus vivo? Sentimos a Sua presença? Ele é uma realidade para nós?

O apóstolo Paulo diz esta mesma coisa em Filipenses 3.8 "Deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor". Note a sua ambição. Não era a de ser um grande pregador, nem mesmo um grande pescador de almas. Ele queria fazer isso, sim, e com toda razão, porém não era a sua ambição suprema; ele queria, além de tudo (e incluindo tudo), o conhecimento de Cristo Jesus – não somente como Salvador, mas como o seu Senhor vivo, seu Amigo íntimo, seu Deus único e pessoal.

Paulo tinha visto o rosto do Cristo vivo, o Senhor ressurrecto; porém ele ainda anela este conhecimento mais profundo, mais íntimo – um conhecimento pessoal, uma revelação mais compreensiva do seu Senhor e seu Deus.

O velho apóstolo João, escrevendo a sua Carta Geral aos cristãos, diz-lhes que o seu grande desejo para eles é que "o vosso gozo se cumpra" (1ª João 1.4). De que maneira?.. "Para que tenhais comunhão conosco, …e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo" (v.3). Isto não quer dizer somente "ser crente", ou "ser obreiro evangélico"; naturalmente inclui isto, mas há um nível muito mais alto – o de conhecer a Deus mesmo.

Na verdade nisto temos a autoridade do próprio Senhor Jesus quando citou o "maior mandamento de todos" Mt 22.37 – "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento"… Eis a coisa mais importante da vida – conhecermos a Deus de tal maneira que O amemos de todo o nosso ser. Ficarmos satisfeitos com qualquer coisa menor do que isso, é perder o propósito e o fim da salvação cristã. Não é somente o perdão, nem o ser salvo do inferno; o alvo é o conhecimento de Deus. "A vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem Tu enviaste" (João 17.3).



DISCERNIMENTO






O apóstolo Paulo orava para que o amor de todos os santos em Cristo Jesus que estavam em Filipos, inclusive os que exerciam a liderança, aumentasse no conhecimento (sabedoria espiritual) e no discernimento em todas as situações, para sempre escolherem o melhor e assim serem sinceros, puros e irrepreensíveis, preparados para a Vinda do Senhor. Era a maneira correta de serem plantas frutíferas (João 15:8) em Cristo, mostrando sempre a perfeição de Deus, o Redentor, para a Sua glória e louvor.

Paulo sabia, e aqui nos ensina, que um dos temas fundamentais para oração por uma igreja em desenvolvimento é o crescimento do amor entre os seus membros em conhecimento e em discernimento. O amor a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo, é o resumo de toda a lei de Deus, mas não é um amor apenas emocional ou de palavras. No serviço de Deus, em que todos os crentes em Cristo estão envolvidos, temos que usar nossa inteligência e usar discernimento para ser efetivos, senão nossos esforços serão em vão.

O discernimento em seu sentido geral consiste na capacidade de compreender situações, de separar o certo do errado, de avaliar as opções com entendimento, bom senso e clareza. Ou seja, é o juízo e tino para tomar as melhores decisões. O cristão adquire a capacidade de tomar uma decisão mediante o prisma bíblico em todas as esferas da sua vida, sem qualquer comprometimento com o mundo que o cerca. Este é o discernimento que Deus lhe dá em Sua Palavra! Sem ele, os cristãos se arriscam a ser “levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro” (Efésios 4:14).

O discernimento é sem dúvida desejável de uma maneira geral, mas para o discípulo de Cristo ele não é apenas uma opção: é uma obrigação. Todo crente tem a responsabilidade de ter discernimento, pondo tudo à prova, retendo o bem e abstendo-se de toda espécie de mal (1 Tessalonicenses 5:21-22).


Graças a Deus, a Sua Palavra nos capacita para isso. O apóstolo Pedro declara: “... (Deus) nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e virtude, pelas quais ele nos tem dado as suas preciosas e grandíssimas promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo” (2 Pedro 1:3,4).

Ao chegar à maturidade espiritual estamos em perfeitas condições para discernir tanto o bem como o mal. Recebemos o alimento espiritual sólido contido na Bíblia, tendo já crescido no conhecimento dos seus princípios elementares (Hebreus 5:14). Conhecendo bem e obedecendo aos seus preceitos podemos fazer os melhores julgamentos de ordem espiritual para escapar aos perigos morais e doutrinários.

Através do “pleno conhecimento de Cristo” Deus nos deu tudo que precisamos para viver uma vida dentro dos padrões divinos neste mundo pecaminoso. Através da Palavra de Deus, a Bíblia, descobrimos as Suas “preciosas e grandíssimas promessas” que nos habilitam a nos tornar participantes da natureza divina – algo totalmente fora do alcance do pecador.

Infelizmente é em discernimento que a maioria dos cristãos tropeça. Mesmo os que estão armados com um bom conhecimento bíblico, fundamental para um bom discernimento, demonstram pouca vontade ou firmeza para usar sempre o infalível padrão da Palavra de Deus em seu dia-a-dia, e descuidadamente tomam resoluções e adotam linhas de comportamentos falhos e até mesmo desastrosos. Isto porque lhes falta a determinação de se manterem firmes com o conhecimento que têm, contra os ataques perniciosos do mundo e das falsas doutrinas que enfrentam constantemente.

Uma vida dedicada a Deus só é possível se houver discernimento em todas as suas áreas. Se houver falta de discernimento entre a verdade e o erro nas doutrinas bíblicas, por exemplo, o crente em Cristo estará sujeito a toda espécie de ensino falso. O ensino falso conduz a uma visão espiritual desvirtuada, que resulta numa maneira de vida infrutífera e desobediente, caminho certo para comprometimento com o mundo e com o pecado.

Sob o aspecto doutrinário, o apóstolo João nos previne “Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (1 João 4:1). Pelo contexto, percebemos que “espírito” aqui se refere aos falsos ensinadores. É preciso ter discernimento para distinguir os que sustentam a verdade daqueles que, mesmo professando ser cristãos, abrem e citam textos da Bíblia para aparentemente apoiar o que ensinam, mas que na realidade ensinam outro Evangelho.

O cristão sábio usa o seu discernimento para avaliar o que ouve, e reter o que é bom, verdadeiro e legítimo, e usar a sua liberdade para abster-se de toda a espécie de mal (1 Tessalonicenses 5:21,22). Como o padrão mediante o qual ele faz sua decisão é encontrado na Palavra de Deus, é preciso crescer em seu conhecimento, como Paulo ora pelos filipenses.

É às vezes necessário abandonar preconceitos e idéias pessoais, pois eles podem ser inimigos da compreensão das verdades bíblicas. Por exemplo, lemos em Lucas 9:44,45... “E admirando-se todos de tudo o que Jesus fazia, disse ele a seus discípulos: ‘Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos; pois o Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens’. Eles, porém, não entendiam essa palavra, cujo sentido lhes era encoberto para que não o compreendessem; e temiam interrogá-lo a esse respeito”.

Os discípulos evidentemente não queriam crer na morte e ressurreição do Senhor Jesus, tanto que, mesmo depois de morto conforme Ele havia predito algumas vezes, eles não creram na Sua ressurreição até que O viram pessoalmente. Quando o Senhor Jesus falou que ia ser entregue nas mãos dos homens, eles não podiam acreditar porque sabiam que Ele tinha o poder para evitar esse acontecimento. Ainda não tinham compreendido a natureza da Sua missão redentora, sacrificial, atendo-se à esperança da glória terrena. Estavam cegos para entender a sua verdadeira missão, portanto não podiam discernir o que o Senhor lhes dizia.

Por outro lado, diante do conhecimento que é adquirido, a maturidade cristã permite discernir as coisas que são “excelentes”, ou seja, que se destacam ou salientam muito das outras. Em todas as áreas da vida podem existir duas ou mais opções aceitáveis, por não serem pecaminosas, mas devemos sempre optar pela que for a melhor, a excelente. Muitas vezes uma opção que não for a melhor poderá prejudicar a que é excelente.

Paulo nos deu um exemplo disso: existem vários dons do Espírito Santo, e a igreja local deve desejar ser bem dotada. Os melhores dons são os de maior utilidade. Embora nenhum deva ser desprezado, alguns produzem mais benefício para a igreja do que outros, e esses é que a igreja deve rogar a Deus que lhe conceda. Na igreja de Corinto a quem Paulo escreveu, havia membros que gostavam de exibir o dom de falar publicamente em uma língua que nunca haviam aprendido, mas era inútil para os demais, que ficavam ouvindo algo sem sentido para eles.

Com seu discernimento, Paulo nos mostra “um caminho sobremodo excelente”, que é o amor: a simples existência dos dons na igreja não é tão importante quanto o exercício dos dons em um espírito de amor. O amor pensa nos outros, não é egoísta. É bom ter um dom, mas melhor ainda usá-lo para a edificação da igreja em amor e não para atrair atenção para si (1 Coríntios 12:31 – 13:13).

O amor com discernimento permite evitar o que é duvidoso ou mesmo errado. Também conduz à sinceridade, que é uma total transparência. Quem tem uma vida limpa, que vive à luz da Palavra de Deus, que ama e serve aos seus irmãos, de nada tem que se envergonhar nem é tentado a mentir, sendo puro e irrepreensível, preparado para a vinda do Senhor (no arrebatamento da Sua igreja). Oremos a Deus, como Paulo fez, que nosso amor aumente cada vez mais no conhecimento de Deus e do nosso Senhor Jesus Cristo e em discernimento, a fim de alcançarmos este objetivo.



Estabilidade num Mundo Instável






O mundo ao nosso redor está cada vez mais instável. As tradições e as culturas firmadas através dos séculos estão sendo atacadas e gradualmente demolidas pelas novas gerações sem que sejam substituídas por algo melhor, claramente expresso e duradouro. Surge então a pergunta: como é que podemos encontrar estabilidade nesta situação?

Entre as perguntas que encontramos na Bíblia, temos a seguinte: “Que mudar leviano é esse dos teus caminhos?” (Jeremias 2:36). A pergunta é feita pelo SENHOR através do Seu profeta, e é dirigida ao Seu povo, Israel e particularmente ao reino de Judá. A palavra “mudar leviano”, tem aqui o sentido de ir e vir sem seriedade, “ziguezagueando pelo caminho” (v. 23). O povo de Israel foi um exemplo de instabilidade.

Tinha sido separado por Deus para ser um povo exclusivamente Seu, dotado com uma lei perfeita e boa, um sacerdócio santo que antecipava e figurava o Salvador que viria a Seu tempo, gozava do amor e proteção do Deus Todo-Poderoso, e fora presenteado com grande território bem localizado, contendo terras férteis onde poderia ter permanecido para sempre. Ele tinha uma abençoada estabilidade pela frente se permanecesse fiel a Deus, mas Israel titubeou e falhou lamentavelmente.

Ao invés de trilhar o caminho que Deus lhe havia indicado, que exigia fidelidade, completa dependência e obediência, ele se aventurou por outros que lhe agradavam mais. Afastou-se de Deus várias vezes e, como faz a humanidade em geral, nessas ocasiões inventava deuses para si segundo o seu próprio critério. Deuses fáceis de agradar, que não requeriam um alto padrão de conduta, pois na realidade eram simples projeções da velha natureza do homem. Para defesa dos seus inimigos, confiou em convênios firmados mediante alto preço com nações gentílicas, mas quando as conseqüências do seu pecado sobrevinham e as suas alianças se rompiam, o povo não recorria aos seus deuses, que para nada valiam, mas desavergonhadamente imploravam o socorro do SENHOR.

Nesta passagem o povo é repreendido por não se arrepender ao ser castigado, por perseverar em sua infidelidade a Deus e pecar com mais habilidade do que as mulheres perdidas, por destruir os pobres e inocentes, e ainda assim protestar inocência. Os desastres lhe vieram como conseqüência. Nunca recuperou a sua estabilidade.

A experiência do cristianismo através dos tempos nos parece ter sido muito semelhante: as igrejas foram deixando a simplicidade e pureza do Evangelho fundamentado em Cristo e nos ensinos dos Seus apóstolos, para pregar um evangelho diferente e fazer para si deuses segundo o seu próprio critério, amparando-se em filosofias e práticas rejeitadas por Deus, e mesmo aliando-se com o mundo para se tornarem mais aceitáveis e aumentarem a sua influência. O mundo, bem como muitos dos que se dizem cristãos, mas que se aliam a ele, vive segundo a filosofia e os ensinamentos dos homens A maior parte da sabedoria humana é falível e sem valor, logo se desvanecendo.

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