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sexta-feira, 9 de julho de 2010

A CONDUTA CRISTÃ - PARTE V

Hoje vemos igrejas de todos os matizes, todas dizendo-se cristãs, a maior parte delas movidas apenas pelo mercantilismo, com líderes que “dançam qualquer música” sem saber para onde vão ou mesmo de onde vieram, transformando a Palavra de Deus em uma mentira para satisfazer suas ambições ímpias particulares.


Certamente não é o desejo do nosso Pai celeste que os Seus filhos se sintam inseguros e instáveis. Ele próprio é imutável - este é um dos Seus atributos. O Senhor Jesus “é o mesmo ontem, hoje e eternamente”. A Palavra do Senhor vive e permanece para sempre. A Sua palavra é segura e não muda, “passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mateus 24:35). Tudo que nela se encontra será cumprido “porque eu, o SENHOR, falarei, e a palavra que eu falar se cumprirá e não será retardada” (Ezequiel 12:25). Somente em Deus é obtida a estabilidade perene.

Os verdadeiros crentes em Cristo que desejam segurança e estabilidade, devem conduzir as suas vidas de acordo com a Palavra do Senhor, segundo a graça e a misericórdia de Deus. Os seus padrões de comportamento em todos os âmbitos têm que ser observados, ao invés dos do mundo que, diga-se de passagem, estão em vias de desaparecer.

Como cidadãos do reino de Deus, nossa conduta deve ser de uma honorabilidade digna de Cristo, “vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo” (Filipenses 1:27). A palavra grega traduzida “vivei” é politeuesthe, originada de politês, cidadão, e polis, cidade: significa agir como cidadão e mesmo tratar dos assuntos de estado. É uma posição muito honrosa - nos tempos de Paulo o cidadão era exaltado acima dos muitos servos e escravos. Paulo tinha cidadania romana. A nossa palavra “polícia” também tem a sua origem em “polis”. Em outras palavras, nossas vidas devem ser governadas pelas “políticas” (também de “polis”) do céu e “policiadas” pela Palavra de Deus, desta forma assegurando uma maneira de vida estável e segura.

Um dos princípios bíblicos é a unidade familiar segura, centrada no relacionamento amoroso entre o marido e a mulher. Este princípio divino, exposto na aurora da criação, é enfatizado vez após vez na Bíblia. A vida em família é o fundamento de uma sociedade estável. O mundo moderno está procurando desfazê-lo em seguida à “liberação feminina e da infância”, e já teve muito sucesso. O mandamento “honra o teu pai e a tua mãe” está sendo esquecido. Já está se tornando censurável ou mesmo ilegal disciplinar os filhos com a “vara”. E a instabilidade é cada vez maior, vendo-se um avanço sem precedentes na criminalidade infantil.

Como pais e avós queremos que a nova geração viva em um ambiente estável e seguro. O primeiro passo para que isso se realize consiste em dar-lhes um exemplo sadio, mediante o qual possam aprender os princípios do reino de Deus. Quantos pais crentes têm a tristeza de ver os seus filhos se desviando pelos caminhos do mundo. “Não sei por que” dizem, “sempre os levei à escola dominical”. Esquecem que, mais do que ir à escola dominical, é importante ter um exemplo de fidelidade aos ensinos da Bíblia dado pelos próprios pais.

Como participantes da comunhão de uma igreja local, desejamos um ambiente pacífico, estável, em que nós e todos os outros membros possamos crescer no conhecimento de Deus e do nosso Salvador, e propício para trazer os de fora ao conhecimento de Cristo.


Temos abundantes ensinamentos no Novo Testamento sobre a conduta que cada um deve ter dentro da igreja a fim de atingir esse objetivo. Por exemplo: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem” (Colossenses 3:12-13). “Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida ..." (Filipenses 2:14-16). “Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade” (Colossenses 2:20-23).

Em resumo, mantém-se a estabilidade quando:

* O povo de Deus vive de acordo com a Sua Palavra ao invés da sabedoria humana.

* As crianças aprendem a comportar-se segundo o ensino bíblico e o exemplo de obediência a Deus dado por seus pais, ao invés daquilo que aprendem dos seus colegas de escola e dos seus amigos e companheiros de famílias incrédulas.

* A igreja local procura viver em conformidade com os princípios de Deus, servindo uns aos outros em amor ao invés de contender entre si e impor as suas cargas uns sobre os outros.




JUGO DESIGUAL






“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14)

Na expressão "jugo desigual" há uma figura de linguagem que se baseia na forma em que animais são emparelhados e atrelados para puxar uma carroça ou arado na agricultura primitiva.

O jugo, que talvez conheçamos melhor por canga, é uma peça de madeira assentada sobre o pescoço dos animais, geralmente bois, para mantê-los submissos e obedientes a quem os conduz.

Para o conforto dos animais e a fim de permitir o aproveitamento melhor de cada um, é importante que sejam de natureza e porte iguais. Em Deuteronômio 22:10 foi proibido aos israelitas emparelhar um boi com um jumento para lavrar. São animais de porte e natureza diferentes, além do que o boi era um animal “limpo”, permitido para alimento e sacrifícios ao Senhor enquanto o jumento era “impuro”, proibido para essas coisas.

Por analogia, em sentido figurado, jugo representa uma sujeição imposta pela força ou autoridade, mesmo opressão, e também representa um vínculo de submissão e obediência resultante de determinado tipo de convenção.

No trecho que vai do versículo 11 a 18 do sexto capítulo da sua carta aos coríntios, Paulo reclama que, embora tivesse seu coração aberto para os coríntios, desejando estreitá-los em seus braços, eles se achavam esquivos, presos aos seus próprios afetos. Seu apelo foi para que deixassem seus laços com a idolatria, os pecados da sua velha natureza humana e o mundanismo em que estavam envolvidos.

Era um jugo desigual, ao qual estavam presos por suas afeições, e que exigia sua lealdade embora esses parceiros fossem “imundos”: totalmente incompatíveis com o alimento espiritual e o sacrifício de seus corpos a Deus que era o seu culto racional.

“Saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso” (vs.17,18).

O crente tem uma nova natureza que lhe é dada ao nascer de novo quando morre para si mesmo e passa a viver para Cristo ao converter-se. Ele continua no mundo, mas já não mais pertence ao mundo. Sua lealdade agora é para com Cristo, seus ideais consistem em seguir os caminhos de Deus e obedecer aos seus mandamentos. Já é uma nova criatura e é tão diferente dos incrédulos como é o boi do jumento, naquela figura.

Paulo contrasta justiça com injustiça, luz com trevas, Cristo com Belial (o diabo é entendido aqui), fiel com Infiel, templo de Deus (o crente) com ídolos (o incrédulo). São perfeitos antônimos em lingüística, denominando pessoas ou coisas de qualidades totalmente opostas. Assim difere o verdadeiro crente do incrédulo empedernido. É impossível haver concordância entre eles. Como então explicar como um crente pode não só consentir mas ter gosto em vincular-se, e assim restringir a sua liberdade, com essas pessoas ou coisas?

Como os crentes de Corinto, ele poderá já de início encontrar-se emparelhado com os incrédulos, em vínculos de submissão e obediência a religiões falsas, sociedades maliciosas e escusas, convenções mundanas, e outros similares. Essa parceria e submissão são altamente prejudiciais às suas obrigações para com o seu Senhor e Mestre, à sua integridade, e aos padrões elevados que lhe convém manter.

Na sua primeira carta aos coríntios Paulo havia explicado que o crente não se deve isolar dos descrentes, apesar da sua natureza pecaminosa, porque para isso teriam que sair do mundo (1 Coríntios 5:9,10). Também não deveriam deixar os seus cônjuges incrédulos se estes concordassem em continuar vivendo com eles (1 Coríntios 7:12,13). Os crentes têm que ser testemunhas ativas de Cristo no meio dos infiéis, pois são o sal ou a luz no mundo.

Mas vincular-se em submissão ao mesmo jugo que eles é diferente: Paulo define a liberdade do crente como “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm … eu não me deixarei dominar por nenhuma … nem todas as coisas edificam” (1 Coríntios 6:12, 10:23). A simples convivência é diferente da vinculação a uma submissão ou obediência, mediante uma convenção junto com eles.

O jugo pode ser decorrente de uma obrigação legal, como o serviço militar. Paulo não pode estar se referindo a isso, uma vez que ensinou que devemos obedecer à autoridade constituída em nosso país. Existem ainda, hoje em dia, associações para diversas finalidades e muitas não são prejudiciais ao testemunho cristão nem impingem sobre a liberdade do crente, por exemplo alguns clubes esportivos, alguns hospitais e sociedades beneficentes, associações profissionais, etc, nos quais os crentes podem exercer uma influência positiva sem incorrer em restrições ao seu testemunho.

Paulo está, sem dúvida, condenando aqui as associações pessoais ou sociais feitas de espontânea vontade com os incrédulos, quando, longe de edificar a vida espiritual do crente, elas cerceiam ou mesmo prejudicam o testemunho da sua fé. Ao pertencer, o crente estará sendo dominado por elas.

O mandamento é “saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor”. Evidentemente, muito menos ainda podemos começar por entrar, depois de ter sido recebidos como filhos de Deus. Devemos fazer de tudo que estiver ao nosso alcance para evitar situações em que nossa lealdade seja dividida, pois nossa dedicação a Deus deve ser integral.

Nossa cultura e civilização contemporânea é anti-Deus, e é por isso que nós, os filhos de Deus, não podemos amá-las. Muitos de nós vivemos no mundo de negócios, muitos temos mesmo que andar dentro de um ambiente social, mas não precisamos ser parte dele. Antes costumávamos obedecer ao sistema do mundo, viver nele, e apreciá-lo, mas agora somos filhos de Deus e vamos obedecê-Lo. Isto significa odiar o mundo, como Paulo disse: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gálatas 6:14). Uma cruz o separava deste sistema mundial satânico, e ele se gloriava nessa cruz mediante a qual o mundo havia morrido para ele, e ele para o mundo.

O mundo está passando - vai chegar a um fim, assim como as trevas vão se dissipar (1 João 2:8) - mesmo a sua concupiscência. Mas aquele que persevera em fazer a vontade de Deus permanece eternamente: ele está fazendo aquilo que é permanente, tem estabilidade, e vai durar por toda a eternidade.

Sejamos perspicazes para aprender de Deus como viver no mundo sem ser parte dele!


O CRISTÃO E AS DIVERSÃO




O mundo hodierno corre loucamente atrás de qualquer espécie de diversão, "a tempo e fora de tempo", e muitos crentes são tentados a esquecer-se do solene aviso apostólico, que os homens dos últimos dias serão "mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus" (2 Timóteo 3:4). Reconhecemos que é legítimo o divertir-se de vez em quando, e que para o cristão há diversões puras e proveitosas.

Porém às vezes o jovem crente, querendo tomar a sério a sua vida cristão, encontra dificuldade neste assunto. Quais são os divertimentos legítimos e não nocivos, e quanto tempo deve dar para tais divertimentos? Vamos considerar alguns ensinos bíblicos que podem indicar o nosso procedimento nestas coisas:


1.Leia Romanos 12:1-2. Neste trecho vemos o que deve ser o motivo da vida do cristão: apresentar o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Tal é o seu "culto racional" (lógico), visto que já foi justificado, salvo e santificado "pelas misericórdias de Deus". Grande parte do mundo vive somente para divertir-se; é a sua única paixão. Porém o cristão é pessoa "transformada"; vive para conhecer e cumprir a vontade de Deus.


2.Leia 1 João 2:15-17. Os desejos pecaminosos, os espetáculos imundos e as cenas impróprias à moralidade, como também tudo que nos incita ao orgulho e à ambição desordenada - eis o que a Bíblia chama "o mundo". As diversões que produzem esses resultados devem ser evitadas pelo cristão, para que não se ache entre os "inimigos de Deus" e se torne semelhante a eles.


3.Leia Filipenses 4:8. O cristão deve procurar e ter prazer nestas coisas: as que são honestas, puras e de boa fama. Quais são as diversões que têm essas qualidades, e que não transgridem os ensinos dos outros dois trechos? Consideremos alguns exemplos:-



O exercício físico? Sim, em moderação (veja 1 Timóteo 4:8). O futebol, o voleibol, a natação, as corridas e os outros esportes praticados nos colégios são geralmente bons e sadios, e por isso legítimos para cristãos. Porém o futebol profissional não é "exercício físico" para os assistentes, e não pode ser considerado "de boa fama".


Diversões mais tranqüilas são vários estudos - astronomia, zoologia, botânica - que nos revelam as maravilhosas obras do nosso Pai.

Que diremos dos bailes? "A Bíblia não fala em dançar?"- Pergunta alguém. Sem dúvida, mas as danças de Miriã, Davi e os israelitas em geral tinha significação religiosa; e a dança da filha de Herodias de certo não é dada como exemplo para nós! Os bailes de hoje são do mundo para o mundo; absolutamente não servem como diversão própria para o povo de Deus.

Não gastemos tempo e dinheiro, não arrisquemos inimizades e aborrecimentos, nem nos ponhamos em perigo de cairmos em pecado vergonhoso, só por amor de divertimentos inúteis, impuros e infantis. "Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova; mas aquele que tem dúvidas é condenado … pois tudo o que não provém da fé é pecado" (Romanos 14:22-23).

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