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sábado, 7 de agosto de 2010

Os Reis de Israel até Salomão - Parte XI




Salomão iniciou a sua oração com louvor ao SENHOR, Deus de Israel,por guardar a aliança e a misericórdia aos seus servos que sinceramente andam diante dEle; por ter cumprido mediante o Seu poder aquilo que havia dito pessoalmente a Davi. Pediu a Deus que cumprisse outra promessa feita a Davi: que não lhe faltaria sucessor,no trono de Israel,desde que seus descendentes guardassem o caminho de Deus assim como Davi havia feito.

Salientando que nem os céus nem o céu dos céus podem conter a Deus, ele reconheceu que muito menos poderia a casa que ele havia construído.

No entanto, ele rogou a Deus que Ele estivesse sempre atento sobre aquela casa (o templo) do qual Ele havia dito "O meu nome estará ali", para ouvir a Salomão e ao povo de Israel quando orassem no templo, perdoando-lhes os seus pecados. Em seguida citou várias situações em que desejava o atendimento do SENHOR:

1. Havendo uma contenda em que fosse exigido que uma das partes fizesse juramento diante do altar (talvez na falta de testemunhas), que o SENHOR fosse o juiz da causa, condenando o culpado e inocentando o justo.

2. Quando Israel fosse derrotado pelos seus inimigos por ter pecado contra Deus, mas se arrependesse e voltasse a Deus em confissão e súplica no templo, que Deus o perdoasse e o restaurasse à terra que havia dado aos seus pais.

3. Quando houvesse seca na terra devido ao pecado do povo, e este orasse a Deus no templo, confessando o nome de Deus e convertendo-se dos seus pecados, que Deus os perdoasse, que lhes ensinasse como agir, e lhes trouxesse chuva.

Se viesse alguma praga ou calamidade sobre o povo, que Deus ouvisse toda oração e súplica que qualquer homem ou todo o povo de Israel fizesse, em sinceridade, estendendo as mãos em direção ao templo; que lhes desse perdão, e agisse conforme a necessidade particular de cada um, para que temessem a Deus sempre naquela terra.


Que Deus ouvisse e atendesse a oração do estrangeiro, gentio, voltado para o templo que, por amor do nome de Deus viesse até Israel, para que todos os povos da terra temessem a Deus da mesma forma que o povo de Israel, e aprendessem que o templo era chamado pelo nome de Deus.


Quando Israel fosse para a guerra, por onde Deus o enviasse, e orasse voltado para o templo em Jerusalém, que Deus o ouvisse e lhe fizesse justiça.


Falando profeticamente, Salomão pediu que Deus ouvisse o seu povo quando fosse levado ao exílio por causa do seu pecado, e lá se arrependesse, sinceramente se convertendo e confessando o seu pecado a Deus e orando voltados para o templo em Jerusalém na sua terra; que lhes fizesse justiça, perdoasse todas as suas transgressões e fizesse com que os que os levaram cativos tivessem compaixão deles.


Salomão terminou a oração expondo o motivo por que Deus deveria atender à sua súplica: Israel era o Seu povo e a Sua herança, tirado da terra do Egito, do meio do forno de ferro (onde faziam os tijolos).

O templo existia para que ali a súplica de Salomão e do povo de Deus fosse ouvido por Ele em tudo o que clamassem, uma vez que Ele os havia separado para Sua herança, como havia dito a Moisés.

Levantando-se, Salomão pôs-se em pé e abençoou em voz alta todo o povo de Israel ali congregado, exaltando a Deus por ter cumprido as suas promessas, e dado repouso ao povo de Israel na terra prometida. Rogou que o SENHOR fosse com eles a fim de que eles também o amassem e obedecessem, que Deus fizesse justiça a eles no dia-a-dia para testemunho a todos os povos da terra de que Ele é o único e verdadeiro Deus. Também rogou ao povo que continuasse sempre obediente ao SENHOR seu Deus.

Muitos sacrifícios pacíficos foram oferecidos, a tal ponto que foi necessário usar o átrio do templo porque o altar não comportava tudo. As festas duraram duas semanas, incluindo a festa dos tabernáculos, terminadas as quais o povo voltou feliz para casa.

DEUS RENOVA SUA ALIANÇA A FAMA E A RIQUEZA DE SALOMÃO

1 REIS 9 e 10

O SENHOR lhe aparece pela segunda vez

Atendendo à oração que Salomão lhe havia feito por ocasião da dedicação do templo, o SENHOR lhe apareceu pela segunda vez depois que ele terminara de fazer tudo o que tinha desejado e designara fazer.

O SENHOR disse a Salomão que:

1. Ele havia santificado a casa que Salomão lhe havia edificado (o templo). Em outras palavras:

- Ele próprio havia separado o templo para o Seu serviço e lhe dado o Seu nome,
- o objetivo era que permanecesse assim para sempre, e
- todos os dias o SENHOR estaria observando e cuidando do que ali se fazia.

2. O trono de Salomão sobre Israel seria confirmado para sempre através da sua dinastia, nunca lhe faltando sucessor como fora prometido a Davi, desde que ele se comportasse diante de Deus como seu pai Davi, com integridade de coração e com sinceridade, em completa obediência a tudo que lhe fosse mandado e guardando a lei de Deus.

3. Mas se houvesse infidelidade da parte de Salomão, dos seus filhos ou do povo, afastando-se de qualquer maneira do SENHOR e da sua lei, e fossem servir a outros deuses, adorando-os, Israel seria eliminado da sua terra, e o templo seria lançado longe da presença de Deus. Os povos então desprezariam Israel, e se admirariam de como o SENHOR havia castigado o Seu povo por causa da sua idolatria.

Todas essas condições deixaram de ser cumpridas e o povo recebeu esse castigo, exata e literalmente como o SENHOR lhe dissera. O templo de Salomão deixou de existir há milênios, e só agora uma parte do povo de Israel está voltando para a sua terra, depois de milênios no exílio.

Um novo templo será construído em Jerusalém para a morada de Deus quando o Senhor Jesus voltar para o seu reino milenar aqui na terra.

Enquanto isso, Deus habita no "templo" do corpo do crente e da igreja.

O descontentamento de Hirão, rei de Tiro

Esta pequena passagem fala do descontentamento de Hirão com vinte cidades que Salomão lhe havia dado, mas vemos mais adiante que Hirão continuou a colaborar com Salomão em suas empresas. Parece que faltam alguns detalhes.

Salomão não poderia ter dado essas cidades a um rei gentio, pois eram parte da herança de Israel. Entende-se, portanto, que Salomão entregou essas cidades a Hirão apenas como garantia de um empréstimo de cento e vinte talentos (4.100 kg) de ouro (v.14) usados para custear as suas obras. A madeira de cedro e de cipreste haviam sido pagas com víveres.

Hirão foi olhar essas cidades e não gostou delas, passando o lugar onde se encontravam a ser chamada Terra de Cabul (desagradável, sujo, lixo), ou seja, Terra Imprestável. Por isso ele não quis ficar permanentemente com elas, o que seria desastroso para Israel.

Salomão deve ter resgatado sua dívida e retomado as cidades, pois as edificou e colocou israelitas para morarem nelas (2 Crônicas 8:2).


As obras de Salomão

Os descendentes de cananeus que não tinham sido completamente eliminados pelos israelitas foram forçados a trabalhar nas obras de construção do templo, dos palácios, cidades e fortificações.

Hazor, Megido e Gezer eram três cidades que Salomão construiu em pontos estratégicos para fins de defesa do seu território: Hazor estava no norte do país, Megido ficou sendo uma cidade importante no centro-norte, comandando a planície de Esdralom e vital para a defesa do vale do Jordão, enquanto Gezer ficava ao ocidente de Jerusalém e tinha sido destruída, com os cananeus que nela habitavam, pelo faraó do Egito e dotada à sua filha que se casou com Salomão. Milo era algum tipo de fortificação para a cidade de Jerusalém, construído depois do palácio da filha do faraó.

Salomão oferecia holocaustos e sacrifícios pacíficos ao SENHOR três vezes por ano, provavelmente por ocasião das três festas nacionais: Pães Asmos, Pentecostes e Tabernáculos.

Não somente construiu imóveis, mas também uma esquadra de navios mercantes com base em Eziom-Geber, junto a Elate, na praia do mar Vermelho, na terra de Edom. (Hoje Israel tem ali o seu porto de Elate, vizinho a Aqaba na Jordânia, antiga Edom). O rei Hirão colaborou no treinamento dos marinheiros de Salomão, que depois foram buscar ouro em Ofir (14.340 kg).

A visita da rainha de Sabá

Segundo os arqueólogos e historiadores, os sabeus habitavam a parte sul da península arábica. Embora o nome da sua rainha no tempo de Salomão não nos seja dado na Bíblia, os historiadores têm procurado descobrir quem ela era e têm dado algumas sugestões.

A frota mercante do rei Salomão não somente trazia riqueza para ele, mas sem dúvida o fez famoso em toda a região onde ia, através das margens do mar Vermelho, e mesmo até a Índia, possivelmente.

Sua fama não podia deixar de chegar aos ouvidos da rainha de Sabá. Alguns até pensam que os navios de Salomão estariam competindo com as caravanas de camelos que atravessavam o deserto da Arábia para chegar até Sabá e levar os seus produtos, ameaçando a sua prosperidade. E todos sabiam que Salomão devia a sua sabedoria e prosperidade ao SENHOR seu Deus.

A rainha quis averiguar ela própria a verdade. Sendo muito rica e poderosa, ela não temeu percorrer todo o caminho até Jerusalém para provar Salomão com perguntas difíceis, levando com ela uma grande comitiva e riquíssimos presentes.

Salomão respondeu a todas as perguntas que a rainha lhe fez, não havendo nada que não pudesse explicar. Ainda lhe mostrou a casa que edificara (o templo, talvez), e ela viu o que ele comia, o lugar dos seus oficiais, os uniformes e serviço dos criados e copeiros, e o holocausto que oferecia no templo.

Ela ficou como fora de si, deslumbrada com o que assistiu e viu, e declarou que a realidade da sabedoria e prosperidade de Salomão excedia em muito o que ela havia ouvido, sem acreditar. Ela bendisse o SENHOR Deus de Salomão, reconhecendo que Ele amava Israel para sempre e por isso havia constituído Salomão como seu rei.

A rainha presenteou Salomão com as grandes riquezas em ouro (4.100 kg), especiarias e pedras preciosas que ela havia trazido. Salomão por sua vez retribuiu dando-lhe tudo o que ela desejou e pediu, e mais ainda segundo a sua generosidade. E ela voltou para a sua terra com a sua comitiva.

A prosperidade de Salomão

Além do ouro, madeira de sândalo e pedras preciosas que a frota de Hirão trazia para Salomão, sua própria frota trazia-lhe ouro e prata, marfim, bugios e pavões. Ele recebia também impostos dos comerciantes e tributos de todos os reis da Arábia e dos governadores da terra, bem como presentes dos que lhe vinham visitar para ouvir sua sabedoria. Só em ouro ele recebia quase 22.800 kg por ano. Ele assim excedeu todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria.

Aqui Salomão chegou ao zênite da sua glória e prosperidade, conforme o SENHOR lhe havia prometido.

1 REIS 11 A sua idolatria

Salomão se tornou num dos maiores fracassos de toda a história bíblica. A origem do fracasso foi o seu amor por mulheres estrangeiras. Riquíssimo e famoso, não havia falta de reis e príncipes ao seu redor que lhe oferecessem suas filhas, irmãs e parentes em casamento.

A lei não proibia a poligamia entre os judeus, que podia ser até necessária em certas circunstâncias (Deuteronômio 25:5-10) mas Salomão claramente desobedeceu à lei quando, apegado a elas pelo amor:

* Multiplicou mulheres para si: um milhar delas, entre esposas e concubinas (Deuteronômio 17:17).

* Muitas das suas mulheres eram das nações com cujas mulheres o SENHOR havia especificamente proibido os judeus de se casarem (Deuteronômio 7:1-4).


As conseqüências desses casamentos, claramente já previstas na lei, inevitavelmente vieram sobre ele: em sua velhice (pouco mais de 50 anos) suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses.

O seu coração já não era de todo fiel para com o SENHOR, seu Deus, como havia sido o de Davi seu pai. Davi também havia sido polígamo, mas se limitou a tomar para si mulheres israelitas e nunca faltou em sua fidelidade ao SENHOR com respeito à idolatria.

Talvez nos surpreendamos em como Salomão podia deixar o SENHOR Deus de Israel para seguir e edificar santuários para esses deuses cananeus, depois de ter construído e consagrado um tão suntuoso templo para o verdadeiro Deus:

1. Astarote, deusa dos sidônios: chamada "rainha dos céus", (Jeremias 44:25), freqüentemente associada ao deus-sol Baal (Senhor). Ela eqüivale à deusa Semiramiz da Babilônia, como Baal ao deus-sol Ninrode. Também era chamada Istar, uma das grandes deusas dos assírios.

2. Milcom, ou Moloque (rei), abominação dos amonitas: seu deus nacional, a quem se sacrificavam crianças que eram queimadas vivas. Seu símbolo era o fogo, e o peixe, símbolos também de Ninrode dos babilônios. Eqüivale ao Quemos dos moabitas.

A origem desses deuses, como vemos, está na Babilônia, fazendo parte da religião babilônica que é a mãe de todas as religiões pagãs do mundo (não judaico-cristãs). Dela lemos em Apocalipse 17. Os israelitas haviam sido prevenidos contra adorar outros deuses, particularmente Moloque (Êxodo 20:1-6; Levítico 18:21; 20:1-5).

É de se notar que Salomão não se afastou de Deus de repente. Isso se deu aos poucos ao casar-se, primeiro com uma princesa do Egito, depois outras princesas, muitas das quais cananéias. Para agradá-las ele permitiu que continuassem na sua idolatria e eventualmente construiu santuários para que ali oferecessem incenso e fizessem sacrifícios aos seus ídolos. Por fim, ele próprio comparecia com elas para assistir e tomar parte nos rituais. Um "pequeno" pecado só para agradar os outros ou para manter uma amizade pode ser o primeiro passo no caminho que nos afasta de Deus.

Deus conhece a nossa natureza e as nossas fraquezas, e os seus mandamentos são sempre para o nosso bem. Quando alguém não os obedece, as conseqüências inevitavelmente se seguirão. Não é suficiente conhecer a Palavra de Deus, ou mesmo crer nela: é preciso obedecê-la em todas as nossas ações e decisões. Tal qual Salomão, o homem mais sábio que já existiu, nós não somos tão fortes quanto pensamos.

O SENHOR aparece pela última vez a Salomão

O SENHOR se indignou com Salomão por causa da sua infidelidade, e lhe apareceu novamente, pela terceira e última vez, avisando que o reino de Israel seria tirado do seu filho e dado ao seu servo, porque Salomão não havia cumprido com a sua parte da aliança feita após a dedicação do templo. Mas em consideração a Davi e por amor a Jerusalém ele permitiria que a sua descendência ficasse com uma tribo (além da tribo de Judá que era a de Davi).

Aparecem os inimigos

A paz que existia no reinado de Salomão, e que lhe havia permitido dedicar todo o esforço da nação em atividades pacíficas dando-lhe uma invejável prosperidade, começou a ser ameaçada pelos seus inimigos. "Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz" (Isaías 47:21). Três deles são descritos aqui:

1. Hadade o edomita: da linhagem real de Edom, ele havia fugido ainda muito jovem para o Egito com alguns dos seus homens quando o rei Davi conquistara Edom. Este era um território, atualmente da Jordânia, de importância estratégica pois controlava o caminho para o mar Vermelho. Hadade casou-se com a cunhada do faraó, e voltou para Edom durante o reinado de Salomão, dando início a operações militares contra ele.

2. Rezom, rei de Damasco: bandoleiro, fugido de Zobá onde Davi havia feito um morticínio, foi coroado rei de Damasco pelos seus homens. Ele agora reinava sobre a Síria e detestava Israel, fazendo-se seu adversário todos os dias de Salomão.

3. Jeroboão da tribo de Efraim: ainda jovem, tinha sido colocado por Salomão como capataz de uma de suas obras percebendo que era homem valente e capaz, moço laborioso. Um dia o profeta Aías revelou-lhe em segredo que o SENHOR lhe daria dez tribos do reino de Israel por causa da idolatria de Salomão.

Explicou ainda que apenas uma tribo (além de Judá) ficaria com o filho de Salomão, assim afligindo a descendência de Davi, mas não para sempre: é uma profecia do reinado do descendente de Davi (Jesus Cristo) e do reinado de Davi no milênio. Jeroboão e a sua descendência ficariam no trono das dez tribos de Israel, depois da morte de Salomão, desde que ele e a sua descendência ouvissem e obedecessem ao SENHOR em tudo, e andassem nos Seus caminhos, e fizessem o que era reto perante Ele, guardando os Seus estatutos e os Seus mandamentos, como fez Davi.

Jeroboão, no entanto, talvez por impaciência levantou a mão contra o rei Salomão, e este procurou matá-lo. Mas conseguiu fugir para o Egito onde foi bem acolhido pelo rei Sisaque.

A sua morte

Neste ponto chegamos rapidamente a um ponto final, como se não interessasse mais saber nada sobre o apóstata Salomão. Quase que desprezivelmente, está escrito "Quanto aos mais atos de Salomão, a tudo quanto fez, e à sua sabedoria, porventura, não estão escritos no Livro da História de Salomão?" Este livro não faz parte do cânone bíblico, e é provavelmente uma crônica do seu reino disponível aos escribas que escreveram o livro de 1 Reis, e que não foi conservada.

É um triste fim para quem começou tão bem e gozou das ricas bênçãos de Deus, prosperando materialmente mais do que qualquer outro dos Seus servos aqui na terra. Mas não conseguiu permanecer nos caminhos de Deus e ser fiel até a sua morte.

Seria diferente se tivesse seguido o que ele próprio aconselhou no fim do seu livro de Eclesiastes: "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más."



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